Para especialistas, inovação e confiança são pilares da televisão | Empresas

Contar boas histórias, inovar e buscar os melhores resultados são alguns dos caminhos que as redes de TV devem buscar para se manterem fortes no mundo atual. Esses foram alguns dos pontos citados por especialistas reunidos no primeiro dia do International Academy Day, nesta quinta-feira (3), no Rio de Janeiro. O evento, que tem a Globo como anfitriã, discute o mercado de TV e é promovido pela Academia Internacional de Artes e Ciências da Televisão, prossegue até esta sexta-feira (4).

O painel “O poder duradouro da transmissão televisiva” debateu o futuro da TV. Todos os presentes foram unânimes em afirmar que há desafios, mas que a televisão tem um papel relevante a cumprir como ligação entre espectadores e marcas. “Qualquer um que diga que a TV está morrendo vai morrer antes dela”, afirmou Antonio Wanderley, executivo-chefe (CEO) da Kantar para América Latina, Espanha, Ásia-Pacífico e África.

Amauri Soares, diretor-executivo dos Estúdios Globo, da TV Globo e Afiliadas, afirmou que a TV “não está morrendo” e que “vemos o crescimento da TV em muitos mercados no mundo”.

Soares ressalta que esse crescimento acontece porque a TV opera baseada em confiança e lealdade: “E confiança e lealdade são muito importantes para o público e para as marcas”, ressaltou.

Essa conexão entre público e marcas é relevante para garantir que a TV se mantenha como uma ponte importante para os anunciantes: “Narrativas não são sustentáveis sem resultados”, acrescentou Soares, afirmando ainda que “os grandes números se conectam conosco”.

O executivo acrescentou que a TV 3.0 será uma plataforma importante para as redes de televisão. A tecnologia traz uma conexão inédita entre marcas e consumidores ao permitir a personalização completa de experiências para o usuário, que poderá, por exemplo, ter acesso em tempo real a detalhes sobre uma joia ou uma roupa que determinado personagem está usando em uma cena. E os anunciantes poderão oferecer para cada espectador uma propaganda diferente, com base nos hábitos de consumo. “Estamos prontos, temos a tecnologia, fizemos o dever de casa para trazer o anunciante e o conteúdo diretamente para o cliente”, disse Soares.

Confiança e lealdade são muito importantes para público e marcas”

— Amauri Soares

José Eduardo Moniz, diretor geral da TVI, de Portugal, ressalta que a TV precisa de “ideias, inovação e sustentabilidade”. “Nesse negócio, não temos mais inimigos. Temos que aprender como cooperar uns com os outros”, disse. “Nada morre, mas se transforma e só os fortes ficam no mercado.”

Javier Goldschmied, diretor de programação da TVN, do Chile, destacou que as mudanças tecnológicas tornam necessário mudar a linguagem e a forma de fazer TV. “E a grande mudança é que hoje estamos falando de centenas de quilômetros e milhões de pessoas assistindo ao nosso conteúdo. Então, quando você começa com milhões ou milhares [de pessoas], você tem que mudar sua mentalidade, tem que vender diferente, falar diferente”, destacou, acrescentando que atualmente a TV é uma ferramenta multiplataforma.

“Não acredito quando alguém diz que a TV vai morrer. Ela não vai morrer”, opinou.

Presente ao evento, o CEO da Globo, Paulo Marinho, afirmou que o evento é um momento importante, que reúne pessoas relevantes da indústria de comunicação para debater a televisão do presente e do futuro. O executivo frisou a importância de discutir sobre conteúdo e como levá-lo de forma responsável e com qualidade a todos os brasileiros em um mundo que muda de forma constante e com muita rapidez.

“A Globo se fez sempre avançando em novos meios e buscando, a partir de um conteúdo de qualidade, estar disponível em todos os meios. A gente começou com jornal, depois rádio, televisão, TV por assinatura, ambiente digital, serviço de streaming. Esse é o nosso DNA, a gente busca estar sempre atualizado e distribuindo o nosso conteúdo de todas as maneiras possíveis”, frisou.

Fonte: Valor

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