Contrariado com a decisão do colégio de líderes da Câmara dos Deputados de adiar a discussão sobre a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, prometeu retomar as atividades de obstrução da pauta na Casa.
Após a reunião, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que os demais líderes “desrespeitaram a vontade da maioria das suas bancadas”. Ele se referia às 264 assinaturas obtidas pelo PL em favor do requerimento de urgência para colocar a anistia em votação no plenário.
De fato, o número de assinaturas — que representa mais da metade dos 513 deputados — obriga a inclusão do projeto na pauta, mas não tira a prerrogativa do presidente da Câmara de decidir quando fazê-lo. Motta tem demonstrado resistência em pautar a matéria e comprar uma briga com o STF.
Apesar de prometer a volta das obstruções, Sóstenes informou que seu partido vai abrir uma exceção na terça-feira, quando a votação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) votará recurso do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) contra o pedido de cassação do seu mandato.
O movimento de obstrução feito pelo PL há algumas semanas também foi repleto de exceções. Isolado, o partido se viu obrigado a votar, por exemplo, o projeto que autorizou o Brasil a retaliar tarifações excessivas de outros países, na esteira do “tarifaço” anunciado por Donald Trump.
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Fonte: Valor