Por que o chá será sua próxima bebida? Tudo sobre o ritual que virou tendência


Entenda tudo sobre a bebida e onde aproveitar para degusta-la de diversos modos em São Paulo O Brasil, tradicionalmente um país de café, vem se rendendo cada vez mais ao chá. Nem é preciso dizer que a porta de entrada – por causa do hype – é o matcha, que hoje está presente em diversas cafeterias, principalmente nas que se intitulam orientais.
A verdade é que, nos últimos anos, o interesse pela bebida tem crescido, impulsionado por apreciadores e especialistas que promovem conhecimento e qualidade. Instituições como a Associação Brasileira de Chá (ABChá) e a Escola de Chá Emaús vêm formando novos profissionais e entusiastas, enquanto marcas artesanais e eventos especializados ampliam o mercado. Umas das precursoras da bebida no Brasil, Carla Saueressig – a primeira sommelière de bebida do país e fundadora da A Loja do Chá – acredita que esse crescimento é real e tende a aumentar. “O brasileiro não apenas tem descobertos os encantos do chá – o da camellia sinensis – como também o da erva-mate, que é uma planta nossa, e que tem mil e uma possibilidades”, diz ela que ao lado da sommelier de chás Cléo Reis ministram aulas para entusiastas.
Para Cléo, o chá sempre esteve aqui, mas agora estamos olhando como um produto de especialidade e que precisa ter qualidade. “Ao mesmo tempo, estamos ganhando mais espaço no cotidiano, onde, ao invés de somente um cafézinho para um encontro, também vemos pessoas pedindo chá e entrando nessa cultura de hospitalidade brasileira. A bebida também vem ganhando espaço nos locais de alta gastronomia pelo Brasil”, completa.
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A sommelier de chá e mestre tea blender Tania Rampi, a frente da importadora Tea Road, acredita que as gerações mais novas são os grandes consumidores, não apenas pelo seu aspecto de saudabilidade, mas também como forma de equilibrar o consumo de álcool. “Nos serviços de chá, temos servido como welcome drink, e também entre as refeições que antigamente eram acompanhadas de bebida alcoólica. Um chá branco ou verde de entrada, servido com saladas, frutas frescas, como um melão com raspas de limão é sofisticado e surpreendente, e atende essa geração que é mais adepta ao mocktail”, completa.
Como tudo começou
O chá surgiu na China há mais de 5 mil anos e foi descoberto, segundo a lenda, pelo imperador Shen Nong. Inicialmente medicinal, tornou-se essencial na cultura chinesa e chegou ao Japão no século IX, influenciando a cerimônia do chá. No século XVII, foi levado à Europa, sendo popularizado na Inglaterra por Catarina de Bragança. No século XIX, os britânicos iniciaram seu cultivo na Índia, tornando o país um dos maiores produtores.
Nos EUA, surgiu o chá gelado. No Brasil, ele chegou com imigrantes chineses, mas o cultivo não prosperou, e infusões de ervas nativas se tornaram mais populares. Hoje, já há uma retomada, principalmente na região de Registro, em São Paulo.
Tipos de chá
Os chás Oolong, Verde, Branco, Preto, Amarelo, Pu-erh e Matcha são todos originários da mesma planta, a Camellia sinensis, mas suas diferenças estão no processamento das folhas – o que influencia sabor, aroma e propriedades.
Chá verde passa por um aquecimento rápido para evitar a oxidação, preservando seu frescor e notas herbáceas. Ele é rico em catequinas, antioxidantes benéficos para o metabolismo e saúde cardiovascular.
Chá branco tem um processamento mínimo, sendo apenas seco ao sol ou em temperatura controlada. Suave e levemente adocicado, é um dos chás mais ricos em antioxidantes e com baixa cafeína.
Chá preto, por outro lado, passa por oxidação completa, resultando em um sabor mais encorpado e intenso, com notas maltadas e amadeiradas. Ele contém maior teor de cafeína e compostos como teaflavinas, que auxiliam na digestão.
Oolong é um chá parcialmente oxidado que se destaca pela complexidade: seu sabor varia de floral e amanteigado a tostado e frutado, dependendo do nível de oxidação. É muito apreciado pela capacidade de equilibrar sabor e benefícios digestivos.
Chá amarelo é raro e tem um processamento semelhante ao chá verde, mas com um leve processo de fermentação chamado “amarelamento”, que suaviza sua adstringência e traz notas doces e florais.
Pu-erh é um chá fermentado e envelhecido, disponível nas versões crua (sheng) e cozida (shou). Seu sabor terroso e amadeirado se intensifica com o tempo, e ele é valorizado por suas propriedades digestivas e redutoras de colesterol.
Matcha é um chá verde em pó, feito com folhas de tencha cultivadas à sombra antes da colheita. Com um sabor vegetal e umami, é rico em antioxidantes e L-teanina, que promove relaxamento e foco. Seu uso vai além da bebida tradicional japonesa, sendo incorporado em diversas receitas.
Onde aproveitar chá em São Paulo de diversas formas
Feliciana Pães e Outras Histórias
Feliciana Pães e Outras Histórias
Elvis Fernandes
Refúgio com alma de fazenda em pleno estacionamento do Mercado Municipal de Pinheiros, a simpática loja foi cuidadosamente montada por Ana Paula Sater. Além de pães de fermentação natural, doces e outras comidinhas, há uma seleção especial de chás – que variam entre blends de chá branco, verde e preto – da Tea Road, que são servidos na mesa com o bule para infusionar na hora. A xícara sai por R$16.
Rua Pedro Cristi, 89 – Pinheiros, São Paulo/SP – Fone (11) 99534-2473 | Horário de funcionamento: segunda a sábado, das 8h às 18h (brunch aos sábados das 9h30 às 18h) | @feliciana.paes
Donna
Donna
Pedro Shutter
O restaurante tem pegada moderninha e pratos do chef André Mifano, que investe em uma cozinha italiana interpretada à sua moda. Para finalizar a refeição, Mifano criou uma carta de chás para os aficcionados pela bebida. Uma das boas sugestões é o Cacau e Laranja (R$15), um rooibos da África do Sul com pedaços de cacau, manteiga de cacau, cacau em pó, casca de laranja desidratada e flor de laranjeira.
Rua Peixoto Gomide, 1815 – Jardim Paulista, São Paulo/SP – Fone: (11) 97593-9047 | Horário de funcionamento: segunda a quinta das 19h às 22h45, sexta das 19h às 23h, sábado das 13h às 15h30 e das 19h30 às 22h45 | @restaurantedonna_
Belô Café
Belô
Neuton Araújo
O restaurante traz as raízes mineiras da chef Andreza Luisa com um toque de modernidade e delicadeza. A casa funciona todos os dias e é possível encontrar sugestões para todas as ocasiões, do brunch ao jantar. Das bebidas, o Chazin (R$25) é um mocktail refrescante que leva banchá torrado, hortelã, yuzu e lichia.
Rua Padre João Manoel, 881 – Jardim`Paulista, São Paulo/SP – Fone: (11) 95321-2347 | Horário de funcionamento: terça a sábado das 8h à 0h, domingo das 8h às 17h | @belocafesp
Fahrenheit
Fahrenheit
Rodolfo Regini
Com opções sofisticadas e drinks exclusivos, a casa traz um ar de gastronomia mediterrânea para todos os momentos do dia. Na carta de drinks há pedidas autorais que têm chá como base, como é o caso do Wave (R$47). O coquetel é composto de whisky Dewar’s 12 anos, suco de maçã e chá de frutas vermelhas.
Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041 (Shopping JK Iguatemi, 3º piso) – Vila Olímpia, São Paulo/SP | Horário de funcionamento: segunda a sexta, das 11h30 às 22h; sábado e domingo das 12h às 22h | @fahrenheit.jk
Nouzin
Nouzin
Rodolfo Regini
O endereço tem cardápio dedicado ao brunch e oferece boas pedidas para qualquer hora do dia, de segunda a domingo. Para acompanhar as comidinhas, a casa oferece diferentes tipos de bebidas como o Masala Chai (R$17), servido quente ou gelado e que leva chá preto com especiarias, leite cremoso e pimenta jamaica moída. Dos drinks autorais, o Earl Grey Sour (R$35) é preparado com vodka infusionada em chá preto, melado, laranja e limão.
Rua Padre Carvalho, 204 – Pinheiros, São Paulo/SP – Fone: (11) 3816-0210 ou Whatsapp: (11) 97504-2201 | Horário de funcionamento: segunda a domingo das 8h às 19h | @nouzincafe
The Fresh Goodies
The Fresh Goodies
Mario Rodrigues
Com ingredientes frescos e locais, o cardápio da casa atende a diferentes preferências alimentares, sem utilizar açúcar refinado ou farinha branca. Há bowls, saladas, sanduíches e pratos, além de bebidas como o Shake Proteico de Matcha (R$52), preparado com leite de amêndoas prensado a frio, proteína, matcha, spirulina da Amazônia, tâmara, canela, fava de baunilha e sal do Himalaia. Já as kombuchas aparecem em diversos sabores, como capim limão, melissa, maracujá e lúpulo (R$28).
Rua Lopes Neto, 15 – Itaim Bibi, São Paulo/SP | Horário de funcionamento: segunda a domingo das 7h30 às 23h | @thefreshgoodies.
Flora Bar
Flora Bar
Mario Rodrigues
O speakeasy se destaca pelo ambiente intimista e pela bem elaborada carta de drinks. Entre os originais da casa está o Camellia Chai (R$55), feito com whisky Singleton 12 Year Old, licor caseiro de masala chai e mel, suco de limão siciliano, gengibre e perfume defumado de lapsang souchong. Na seção de não alcoólicos, chama atenção o Spicata (R$22), que combina chá de flores, mel, suco de limão, hortelã e água com gás.
Rua Padre João Manuel, 795 – Jardim Paulista, São Paulo/SP | Horário de funcionamento: segunda a sábado das 19h à 1h, domingo das 19h à 0h | @florabar.sp
Motchimu
Motchimu
Divulgação
O Motchimu é mais um daqueles projetos criativos e afetivos que apenas São Paulo poderia abrigar. Localizada nos Jardins, a flasgship é uma boutique especializada em mochi e chás especiais, que também oferece harmonizações e degustações guiadas com exemplares de pequenos produtores japoneses. Para uma experiência gustativa e sensorial ainda mais completa, opte pelo Motchimu Set – Nº1 (R$120), uma seleção de 3 chás de Uji, Kyoto – Genmaicha, Hojicha e Matcha, servidos com 3 motchis e 3 senbeis
R. Dr. Melo Alves, 303, Jardins | WhatsApp: (11) 91596-0303 | Horário de funcionamento: diariamente, das 10h às 18h | @motchimu
Sky Hall Garden Bar
Sky Hall Garden Bar
Israel Liz
Oferecer um jardim em meio a selva de pedra é a proposta do Sky Hall Garden Bar, com endereço na agitada Haddock Lobo. Com ar livre, arte e muito verde, o gastrobar serve as receitas impecáveis do chef Martin Casilli, harmonizadas perfeitamente com os drinks autorais do mixologista Renan Tarantino, responsável pelo Clever Club (R$28), que leva chá de frutas silvestres, frutas vermelhas, limão taiti e albumina.
Rua Haddock Lobo, 1327, Jardim Paulista | Telefone: (11) 3061-3865 | Horário de funcionamento: de terça a sábado, do meio-dia às 23h30, e, aos domingos, das 10h às 18h | Fechado na segunda | Pet-friendly | @skyhallgarden
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Fonte: Glamour

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