Prédio de 15 andares é interditado em Maringá após estrutura de coluna ceder: 'Ficou tremendo por cinco minutos', diz morador


Local fica na esquina das avenidas 15 de novembro e Getúlio Vargas e todo o entorno do edifício também precisou ser isolado. Problema aconteceu durante uma reforma em uma sala comercial no térreo. Até o momento, não há previsão de quando os moradores poderão voltar ao edifício. Moradores evacuam prédio no Centro de Maringá
Um prédio de 15 andares foi interditado nesta segunda-feira (3), em Maringá, no norte do Paraná, após a estrutura metálica de uma das colunas ceder. O local fica na esquina das avenidas 15 de novembro e Getúlio Vargas e todo o entorno do edifício também precisou ser isolado.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
Conforme o Corpo de Bombeiros, o problema aconteceu durante uma reforma que está sendo realizada em uma sala comercial que fica no térreo. A corporação informou que a empresa contratada para fazer a obra no local encontrou um dano estrutural e tinha contratado uma segunda empresa para resolver o problema.
Durante os trabalhos desta segunda-feira, a estrutura metálica que fica em volta de uma coluna cedeu e a pilastra foi escorada com outro materiais. Segundo Aspirante Araújo, ao chegar no prédio, a corporação viu que havia um risco de colapso na estrutura do prédio.
“Quando chegamos no local com o engenheiro da defesa civil, verificamos um comprometimento da estrutura do prédio e de fato um risco de colapso estrutural. Então levando em consideração um estufamento que teve no pilar optou-se por fazer a interdição do local”, informou.
Todos os moradores tiveram que deixar os apartamentos. Alguns deles foram para casa de parentes e outros estão provisoriamente no salão de festas de outro edifício que fica em frente ao prédio.
Conforme apurado com uma moradora, o condomínio se prontificou a pagar estadias em hotéis para aqueles que não tem para onde ir. Além dos moradores, comerciantes de outros estabelecimentos que ficam embaixo do prédio também precisaram sair.
Até o momento, não há previsão de quando moradores poderão voltar ao prédio. Ainda não se sabe o que causou problema na estrutura da coluna.
A Defesa Civil de Maringá realizou vistoria técnica no local e determinou que a empresa responsável pela reforma contrate imediatamente outra especializada em danos estruturais de edifícios. Ela deverá fazer uma análise técnica detalhada da estrutura e apresentar um laudo sobre as condições do prédio.
De acordo com a prefeitura, a Defesa Civil vai continuar monitorando a situação. A Prefeitura de Maringá disse que notificou a empresa responsável pela reforma na sala comercial. O nome dela não foi divulgado.
Equipes da Guarda Civil Municipal e da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) bloquearam a Avenida Getúlio Vargas, no trecho entre a Avenida 15 de Novembro e a Rua Neo Alves Martins, e da Avenida XV de Novembro, no trecho entre as avenidas Getúlio Vargas e Duque de Caxias.
Estrutura metálica de uma das colunas cedeu durante reforça de sala comercial no térreo.
RPC
LEIA TAMBÉM:
O que se sabe e o que falta esclarecer: Funcionário de farmácia é morto a tiros no Paraná enquanto trabalhava
‘Morreu parte de mim com você’, lamenta irmão de jovem de 25 anos encontrada morta dentro do próprio carro no PR
Melhor filme internacional: Multidão lota rua em comemoração do Oscar de ‘Ainda Estou Aqui’ em Curitiba
Morador diz que prédio tremeu por cinco minutos
Um dos moradores, Joaquim Gouveia, disse à RPC, que sentiu ouviu um barulho alto e percebeu um tremor que durou cerca de cinco minutos. Em seguida ele desceu do prédio e só voltou para buscar a esposa e alguns pertences pessoais.
“Eu estava em casa na hora que a gente percebeu um estrondo violento. Senti tremendo por uns cinco minutos, o lustre e outras coisas na parede. Eu pressenti que seria no térreo, pois eles estão fazendo uma obra. No sábado eu estive ali olhando o que estavam fazendo e percebi que tinha algo de errado com a estrutura do prédio”, contou o morador.
De acordo com a Prefeitura, o edifício Maria Tereza existe há mais de 60 anos e possui 91 apartamentos.
Engenheiro acredita que prédio não passava por manutenção preventiva
Edificio Maria Tereza foi interditado nesta segunda-feira (3).
RPC
De acordo com o engenheiro Erico Vicentin Nirino, que pertence a empresa Concretiza, que foi contratada para resolver o dano encontrado durante a reforma, a suspeita é de que o prédio não passava por manutenção preventiva. Ele também disse que um escoramento feito na estrutura no sábado ajudou a segurar o prédio.
Nirino informou que ainda nesta segunda-feira, o pilar será reconstruído e a obra será concluída parcialmente. De acordo com o engenheiro, a expectativa é de que o prédio seja liberado para vistoria da Defesa Civil nesta terça-feira (4).
“Esse trabalho ia ser feito com fibra de carbono mas cedeu antes disso. Agora vamos fazer o engrossamento do pilar com fibra de carbono, estrutura metálica e concreto armado, que demora 24 horas para ficar pronto”, explicou o engenheiro.
Crea afirma que a reforma não foi comunicada ao conselho
Em nota, o Crea disse que está monitorando a situação e informou que, em janeiro deste ano, foi realizada uma fiscalização no condomínio para verificar manutenção regular do edifício, incluindo elevadores e outros itens de conservação predial. Entretanto, o órgão afirma que a reforma interna que resultou no colapso mencionado não foi comunicada, nem houve denúncias prévias a respeito.
“Após consulta em nossa base de dados, foi identificada uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) registrada em 2024, referente a serviços de inspeção, projeto ou laudo do edifício. Contudo, essa ART não está necessariamente vinculada à reforma em questão. Com investigação mais aprofundada, foi possível identificar que há responsáveis técnicos atuando tanto na reforma quanto na intervenção emergencial”, informou a nota.
Segundo o CREA, foi enviado um ofício para a gestão do condomínio e estão acompanhando os responsáveis técnicos identificados. O Conselho afirma que vai continuar acompanhando o caso e colaborando com as autoridades competentes para esclarecer os fatos e assegurar a responsabilização de acordo com a legislação vigente.
A Prefeitura de Maringá informou que obras de reforma interna não necessitam de alvará, mas devem apenas ser comunicadas. Ainda disse que a execução deve ser acompanhada por um responsável técnico devidamente credenciado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR) ou Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-PR).
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná
Leia mais notícias no g1 Norte e Noroeste.

Fonte:G1 Paraná

Compartilhar esta notícia