Printemps abre em Nova York para conquistar os consumidores americanos

No dia 20 de março, a loja de departamentos francesa, Printemps, inaugurou a sua primeira filial nos Estados Unidos, no bairro de Wall Street, em Nova York, com o objetivo de penetrar no mercado norte-americano e ampliar a clientela internacional do grupo, fortemente afetada pela epidemia de Covid-19.

A nova filial da Printemps, a segunda no exterior, está localizada na antiga sede de um banco americano na parte sul de Manhattan. A loja pretende atrair tanto os residentes como as pessoas que trabalham neste bairro nova-iorquino “em plena expansão”, como definiu o presidente da Printemps, Jean-Marc Bellaiche, no início de 2025, em declarações à AFP e a outros meios de comunicação social durante uma visita à loja, ainda em fase de renovação.

A Printemps espera também atrair os nova-iorquinos ricos através da arquitetura do edifício, da oferta de gastronomia gourmet na loja, da seleção de marcas disponíveis e da identidade francesa da Printemps. A loja também “reforçará a reputação global [da Printemps]”, segundo Bellaiche.

As lojas de departamento em geral, e a Printemps em particular, foram duramente atingidas pela pandemia de Covid-19, que as obrigou a permanecer fechadas durante longos períodos em 2020 e 2021, e levou parte da sua clientela asiática, que representava uma parte significativa das receitas, a fazer compras em outros locais.

Questionada pela AFP sobre as potenciais dificuldades associadas ao lançamento de uma loja nos EUA numa altura em que a situação internacional é tão tensa, especialmente entre os EUA e a Europa, a Bellaiche mencionou numa declaração escrita “uma visão a longo prazo que vai além do clima atual”.

Ao contrário da sua grande rival francesa Galeries Lafayette, a Printemps tem uma presença internacional mínima. O grupo tem atualmente 3.000 empregados e opera 20 lojas na França, incluindo 4 franquias e 2 outlets, e uma loja em Doha, no Qatar. Em 2013, a Printemps foi adquirida por investidores do Qatar através da empresa de investimento Divine Investments SA, sediada no Luxemburgo.

Ao falar sobre a loja de Nova York, localizada no distrito financeiro da cidade, que está “sendo totalmente transformado”, Bellaiche traçou um paralelo com o distrito parisiense onde Jules Jaluzot abriu a sua loja de departamentos no Boulevard Haussmann em 1865.

Na altura, “a localização não era a mais central nem a mais acolhedora [de Paris], longe disso”, escreveu a Printemps no seu site, acrescentando que a proximidade de uma estação de comboios era uma vantagem, devido ao afluxo de viajantes, especialmente dos bairros chiques do oeste de Paris.