Resumo
- Qualcomm acusa a Arm de práticas anticompetitivas por restringir o acesso à tecnologia antes da liberação para uso aberto.
- A empresa afirma que a restrição de licenças prejudica a concorrência e é uma tentativa de aumentar os lucros para compensar a falha na venda da Arm para a Nvidia.
- Disputa judicial ocorre nos Estados Unidos, Europa e Coreia do Sul.
A Qualcomm apresentou acusações de práticas anticompetitivas contra a Arm Holdings, sua histórica parceira na fabricação de processadores, em dois países e na União Europeia. Segundo a americana Qualcomm, a empresa nipo-britânica Arm prejudica a concorrência ao restringir o acesso a sua tecnologia que esteve aberta por 20 anos. Os processos foram abertos em três continentes.
A Qualcomm abriu esses processos na Comissão Europeia (EC, órgão da União Europeia), Comissão Federal de Comércio (FTC, Estados Unidos) e na Comissão de Comércio Justo (CCJ, Coreia do Sul). Em nota para a imprensa, a Arm diz que a acusação da americana serve apenas para desviar a atenção da disputa comercial entre elas.
Qual é a acusação da Qualcomm contra a Arm?
Segundo a Qualcomm, a Arm criou uma enorme dependência da sua tecnologia ao manter um modelo de licenciamento aberto, o que ajudou o mercado de chips a crescer e se desenvolver. Ao restringir as licenças, a Qualcomm acusa a Arm de quebrar essa dinâmica de crescimento e expandir o seu lucro.
Em outra oportunidade, durante um processo sobre a licença de tecnologia da arquitetura Arm, a Qualcomm disse que a Arm, após a compra pela SoftBank e a venda fracassada para a Nvidia, está buscando diferentes meios para aumentar os valores das suas ações — sejam eles meios justos ou ilegais.
Como começou a briga entre Arm e Qualcomm?
No fim de 2024, a Arm e a Qualcomm, parceiras de longa data, passaram a brigar devido à licença de uso da arquitetura Arm — inclusive com a possibilidade de a licença ser revogada. A Arm alega que a Qualcomm violou um acordo de tecnologia após a aquisição da Nuvia, uma pequena fabricante de processadores.
A Nuvia possuía uma licença com a Arm. Segundo esta, a Qualcomm teria violado o licenciamento ao usar a tecnologia desenvolvida pela Nuvia para a criação dos CPUs Oryon, usados nos processadores para PCs Snapdragon X e para celulares Snapdragon 8 Elite.
Para a Arm, a aquisição da Nuvia não daria à Qualcomm o direito de utilizar a tecnologia e aplicar na divisão do Snapdragon. Segundo a britânica, era necessária a negociação de uma nova licença.
A Justiça americana foi acionada e decidiu que não houve violação de contrato. Em fevereiro, a Arm desistiu de revogar a licença da Qualcomm.
Como o processo foi aberto recentemente e continua sob sigilo, há poucos detalhes sobre as bases e provas da acusação da Qualcomm. A Arm se defendeu afirmando que segue agindo dentro da legislação — resta ver se ela vai reagir e ameaçar novamente a revogação da licença.
Com informações da Bloomberg
Fonte: Tecnoblog
