Renner mantém cautela no 2º semestre de 2025 e projeta 2026 mais promissor

Lojas Renner prevê um segundo semestre de 2025 marcado por maiores desafios, especialmente no terceiro trimestre, em razão do cenário macroeconômico adverso e da base de comparação mais elevada. Apesar disso, a empresa aposta em uma retomada no fim do ano e mantém projeções otimistas para 2026, com expectativas de queda dos juros e condições mais favoráveis para o consumo.

No primeiro semestre, a companhia registrou forte crescimento: a receita líquida avançou 15,6% em relação ao mesmo período de 2024, e as vendas nas lojas tiveram alta de 14,5%. O desempenho foi impulsionado principalmente pelas coleções de inverno, mas a administração já projeta ritmo mais moderado de crescimento nos próximos meses.

O vice-presidente financeiro, Daniel Martins, destacou, em entrevista à Reuters, que a estratégia seguirá pautada pela cautela na política de crédito, apesar da expansão de 13% no volume de vendas financiadas pelos cartões próprios no segundo trimestre. Segundo ele, a inadimplência permanece controlada, e a companhia continuará restritiva na concessão de novos financiamentos, priorizando a sustentabilidade do negócio.

A Renner também se prepara para enfrentar maior concorrência, com a entrada da sueca H&M no mercado brasileiro. Martins ressaltou, porém, a vantagem competitiva de desenvolver moda adaptada ao consumidor local e defendeu maior equilíbrio tributário entre empresas nacionais e marketplaces estrangeiros. No campo da expansão, a varejista planeja abrir de 15 a 20 lojas da marca homônima até o fim do ano, além de novas unidades das bandeiras Youcom e Camicado.

Do lado corporativo, a companhia mantém um programa de recompra de até 75 milhões de ações, equivalente a cerca de R$ 1 bilhão, e já distribuiu mais de R$ 390 milhões em juros sobre capital próprio no ano. Para setembro, está prevista a votação de um novo Plano de Incentivo de Longo Prazo para executivos, no valor de R$ 95 milhões, reforçando o compromisso com a governança e a valorização do acionista.