Sábado na Semana da Moda de Milão: Bottega Veneta, Dolce & Gabbana e Ferrari

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29 de setembro de 2025

No sábado, em Milão, viu-se a aparição de “O Diabo que veste Prada” na Dolce & Gabbana, uma estreia ousada e poderosa de Louise Trotter na Bottega Veneta e uma visão depurada na Ferrari.

Bottega Veneta: Funcionalidade suave

Na sua primeira coleção para a Bottega Veneta, a designer britânica Louise Trotter devolveu à marca o conceito de “bottega” – ou atelier –, com uma proposta que muitas vezes tinha o aspeto e a aura de alta-costura.

Bottega Veneta – primavera-verão 2026 – Moda feminina – Itália – Milão – ©Launchmetrics/spotlight

O desfile era um dos mais aguardados de toda a temporada, por várias razões. A BV é uma das três grandes casas do conglomerado de luxo Kering – juntamente com a Gucci e a Balenciaga – que estreiam um novo designer este mês.

Acabou por ser um desfile poderoso, com um branding de impacto por parte de Trotter, que integrou o material de assinatura da casa, o intreccio – ou couro entrançado – em quase todos os looks. Trotter chegou a usar o intreccio no convite da Bottega Veneta: um quadrado de couro tratado com várias linhas recortadas que, ao pressionar, se transformava num engenhoso saco de cordões em couro.

Trotter declarou: “Este foi um trabalho coletivo da nossa equipa. Demorei o meu tempo, e continuo a fazê-lo, uma vez que se trata de uma casa tão grande. Há uma vontade de ir mais além e continuar a criar, o que é extraordinário.” 

Bottega Veneta – primavera-verão 2026 – Moda feminina – Itália – Milão – ©Launchmetrics/spotlight

Trotter até escolheu o mesmo local do desfile do seu antecessor, Matthieu Blazy, que dentro de dez dias fará a sua estreia na Chanel. Convidou os presentes para um armazém degradado no sul de Milão e abriu o desfile com looks em pele ultraleves: gabardinas, capas e blazers para eles; vestidos de ombros descobertos, habilmente drapeados, e vestidos com painéis para elas. Tudo detalhado com intreccio — golas, mangas, lapelas, remates e cintos entrançados.

Com grande domínio de alfaiataria, Louise deu novo fôlego a casacos de trespasse exuberantes, cortados com ombros muito largos e cinturas bem rebaixadas — usados com batas de cirurgião de gola alta. Cinematográfico, eduardiano e a melhor nova alfaiataria da temporada.

A maioria do elenco trazia malas maleáveis: versões messenger macias, totes com armação encurvada ou clutches oversized dobradas. Suaves, funcionais e chiques.

Bottega Veneta – primavera-verão 2026 – Moda feminina – Itália – Milão – ©Launchmetrics/spotlight

Depois, o desfile acelerou a fundo com vestidos hiperexperimentais que ondulavam como campos de milho ou juncos à passagem. Na verdade, eram feitos de milhares de tiras de vidro reciclado cosidas à mão, numa referência ao vidro veneziano.

“Eu sei que parecia Tencel, mas não era”, sorriu Trotter, que também aproveitou para aligeirar o logótipo da Bottega Veneta com um novo tipo de letra. A mais recente atualização de uma marca de luxo verdadeiramente única, que celebrará o seu 60.º aniversário no próximo ano.

Nascida em Sunderland, no norte de Inglaterra, Trotter chegou à BV com um currículo altamente impressionante. Depois de passagens iniciais por Nova Iorque, na Calvin Klein e na Tommy Hilfiger, tornou-se diretora criativa de Joseph, Lacoste e Carven — obtendo consistentemente críticas positivas em cada casa. Ainda assim, o desfile de sábado em Milão foi o seu maior desafio até agora. É com satisfação que podemos dizer que Louise Trotter agarrou a oportunidade com ambas as mãos. Foi um desfile e uma coleção de sucesso.

Dolce & Gabbana: Miranda admira o boudoir chic

Nada resume melhor o novo clima atrevido que atualmente paira sobre Milão do que a coleção de sábado da Dolce & Gabbana, ou melhor, Boudoir & Gabbana.

Dolce & Gabbana – primavera-verão 2026 – Moda feminina – Itália – Milão – ©Launchmetrics/spotlight

Sob o olhar de Meryl Streep, em Milão para filmar “O Diabo Veste Prada 2”, retomando o seu papel de gelada editora Miranda Priestly. Com óculos de armação branca e casaco de pele de leopardo, Miranda fez o público esperar 37 minutos após a hora marcada. Entrou em cena de forma dramática, com o seu diretor artístico fictício Nigel Kipling — na realidade, Stanley Tucci — num elegante fato de seda cinzento-pálido. A dupla sentou-se na fila da frente, mesmo em frente a Anna Wintour, que saudou a colega editora com um aceno de mão e um raro sorriso.

Devidamente instalados, a banda sonora arrancou — uma mistura de êxitos clássicos interpretados pela maravilhosamente rouca Patty Pravo, nomeadamente “Notti Bianche” — italiano para “noite de amor”.

E o elenco surgiu como se viesse de um boudoir, em diferentes graus de despido. Os looks de abertura da dupla de designers: uma série de pijamas de riscas para homem cobertos de strass. Todos abertos, para melhor admirar os sutiãs de lantejoulas, os tops de tule e as cuecas de renda.

Dolce & Gabbana – primavera-verão 2026 – Moda feminina – Itália – Milão – ©Launchmetrics/spotlight

Sendo Domenico e Stefano, também misturaram muitos dos seus fatos de risca de giz, casacos curtos de gala e boleros.

Para a noite, um bando de sensuais viúvas sicilianas com muita lingerie preta ou espartilhos semi-desfeitos, marchando em stilettos. Independentemente do que vestissem, todas pareciam prestes a sair para um encontro com um Lothario muito lascivo, o que ajudava a explicar o convite para o desfile: uma máscara de dormir de seda preta com folhos.

Ferrari: Para o escritório

Moda monocromática na Ferrari, onde o designer Rocco Iannone se concentrou no corte, na linha e na silhueta, numa das suas coleções de maior sucesso para a casa.

Ferrari – primavera-verão 2026 – Moda feminina – Itália – Milão – ©Launchmetrics/spotlight

Saíram os logótipos e os grafismos; entraram excelentes drapeados e cortes, numa coleção cuja intenção ficava clara logo no título: “Ferrari Officina”.

Rocco vestiu as suas clientes Ferrari para o trabalho com vestidos-casaco alongados; blazers com calças cargo; vestidos “tea” transpassados; soberbas colunas de jersey com nós no abdómen e casacos “donkey” em lona. A primeira dúzia de looks, toda em branco. Limpo, depurado, mas não severo, e muito mais majestoso.

Depois, experimentou couros esponjados e denims tingidos com ácido, em tons como azul desbotado ou caramelo queimado — vistos em tudo, desde macacões incríveis a camisolas Aran. Total looks complementados com uma nova mala Ferrari Dino macia ou joias com cadeado em prata.

Ferrari – primavera-verão 2026 – Moda feminina – Itália – Milão – ©Launchmetrics/spotlight

Um desfile cheio de energia sob luzes brilhantes, onde o elenco se movimentou ao som de temas dramáticos como “Final Symphony”, dos Classix Nouveaux.

“Quer se trate de automóveis ou de vestuário, o pensamento e o processo são os mesmos: edita-se, escolhe-se, reduz-se, decide-se”, lia-se no programa de Rocco, que, para vincar a ideia, estacionou três grandes Ferraris à porta do seu desfile no sul de Milão.

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Fonte: Fashion Network

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