A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, afirmou neste sábado (15) que a única opção para viver com liberdade é a democracia. A declaração foi dada no evento “Democracia 40 anos, conquistas, dívidas e desafios”, em Brasília, que homenageou o ex-presidente da República José Sarney.
Hoje, completam-se 40 anos do início da redemocratização no Brasil, depois de 21 anos de ditadura militar. A data marca a posse de Sarney na Presidência da República, o primeiro civil no cargo depois do regime militar.
Segundo a presidente do TSE, 15 de março de 1985 transmitiu a ideia de que a “democracia era não apenas um sonho, mas uma possibilidade de realização de um outro país”.
No evento, a ministra também afirmou que a posse do presidente José Sarney permitiu que o Brasil pudesse “refazer suas instituições, reinventar as suas possibilidades de concretização dos melhores valores de uma sociedade fraterna, pluralista e igualitária”.
Segundo Cármen, o regime democrático ainda está em construção e as mulheres brasileiras ainda têm um grande caminho a percorrer por direitos.
“Para as mulheres brasileiras, o caminho ainda é longo e a travessia continua com duros percalços. Ainda há uma cultura permissiva de negativa de direito, até direito à vida. Uma mulher é morta no Brasil a cada 6 horas nesses últimos anos. O que significa que é uma sociedade muito complacente com todas as formas de violência contra mulheres”, disse.
No evento, o ex-presidente José Sarney, que está com 94 anos, destacou a importância e força das instituições democráticas brasileiras para enfrentar acontecimentos danosos ao país. Além disso, ressaltou que “o preço da liberdade é a eterna vigilância”.
“Teremos como lema continuar na democracia, exigir a presença de toda a profundidade do processo democrático. Precisa também que levemos o lema: o preço da liberdade é a eterna vigilância”, disse Sarney.
No X, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, decano da Corte, disse que Sarney foi essencial para a redemocratização do Brasil. “Com muito diálogo e coragem, o presidente conduziu a transição do regime militar, garantindo estabilidade. O grande legado do seu governo – a Constituição de 88 – permanece viva e vibrante em quase 40 anos de vigência”.
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Fonte: Valor