Setor de varejo no Brasil: como a chegada da H&M pressiona as gigantes nacionais de moda

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18 de setembro de 2025

A tão aguardada chegada da H&M ao Brasil movimentou o setor de moda e varejo, mas o impacto inicial se mostra mais simbólico do que concreto. A gigante sueca inaugurou duas lojas em São Paulo — no Iguatemi e no Anália Franco — e lançou operações online em todo o país, sinalizando sua intenção de disputar espaço em um mercado competitivo. Apesar disso, o desempenho de Renner, C&A e Riachuelo na Bolsa continua positivo, reforçando que os investidores não veem, por ora, uma ameaça significativa.

Loja H&M
Loja H&M – FNW/MD

O otimismo dos acionistas encontra respaldo nos números. Em 2025, a Renner já acumula valorização de 42%, enquanto a C&A mais do que dobrou seu valor de mercado. A Guararapes, dona da Riachuelo, mantém trajetória estável, sustentada pela ampla rede de lojas. Esses resultados indicam que a entrada da H&M, com duas unidades e preços ainda superiores aos das brasileiras, não altera substancialmente o cenário competitivo no curto prazo. Analistas de mercado, em entrevista ao InfoMoney, confirmam essa análise e dados.

No entanto, o olhar do consumidor começa a se dividir. Com vestidos a partir de R$ 199,99, a H&M se posiciona entre a Zara, de perfil mais premium, e as redes brasileiras, que oferecem produtos mais acessíveis. A estratégia sugere que a sueca busca ocupar uma faixa intermediária, mirando consumidores que valorizam design internacional, mas que não desejam pagar preços tão elevados quanto os da concorrente espanhola.

Para viabilizar sua permanência, a H&M aposta em parcerias locais para produção de itens como jeans, moda praia e calçados. A medida reduz custos de logística e exposição cambial, além de sinalizar ambição de se consolidar no mercado interno. Caso amplie rapidamente sua presença física, poderá pressionar as líderes brasileiras a reforçarem diferenciais de experiência e fidelização.

Ainda assim, a disputa não se limita à chegada da sueca. O setor de fast fashion no Brasil enfrenta forte concorrência das plataformas asiáticas, como Shein, Shopee e Temu, que conquistam consumidores com preços baixos e grande variedade. Nesse ambiente de competição globalizada, a entrada da H&M representa mais um desafio, tanto para as estratégias corporativas das varejistas brasileiras quanto para a forma como o público decide gastar no dia a dia.

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Fonte: Fashion Network

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