Por
EFE
Publicado em
6 de maio de 2025
O Metropolitan Museum of Art (Met), na cidade de Nova York, estreou na segunda-feira, 5 de maio, a exposição “Superfine: Tailoring Black Style”, que inspirou o Met Gala que ocorreu na mesma noite, tendo o dandismo negro e sua influência na identidade da diáspora negra do Atlântico (localizada nas Américas, Grã-Bretanha e Caribe) como principais elementos.

Ternos, ternos e mais ternos, de cores vibrantes, risca de giz, abotoados em um ou dois botões, adornados com cartolas e chapéus. Essas são as peças que podem ser encontradas na nova exposição, que será aberta ao público no dia 10 de maio. A apresentação ocorreu na manhã de segunda-feira, e alguns visitantes já estavam respeitando o código de vestimenta.
Dandismo negro
Mas o que é o dandismo negro? Parece que cada um tem uma definição diferente, mas todos a relacionam à elegância e à busca da identidade negra.
De acordo com um dos textos da exposição, essa forma de expressão, predominantemente encontrada entre os homens, reflete a maneira como os negros têm usado a roupa e a moda para transformar suas identidades, propondo “novas maneiras de incorporar possibilidades políticas e sociais”.
O tema vem de um livro de 2009 de Monica Miller, professora de Estudos Africanos no Barnard College (parte da Universidade de Columbia) e curadora convidada da coleção, que explicou o dandismo negro como um ato de recusa: “Uma recusa em se encaixar ou mesmo aceitar categorias de identidade dadas ou típicas”.
A coleção também inclui retratos, fotografias e pertences pessoais e é dividida em 12 seções, incluindo Respeitabilidade, Herança, Beleza e Cosmopolitismo.
Um exemplo das peças em exposição é o traje “zoot”, um tipo de roupa que Malcolm X tinha orgulho de adquirir e que se tornou, antes de ser usado por ele, um símbolo de anarquia durante a austeridade dos tempos de guerra na década de 1940.

Também podem ser vistas peças que pertenceram ao cantor Prince ou marcas de luxo, como a Louis Vuitton — principal patrocinadora deste ano —, além dos trajes de couro usados pelos Panteras Negras, organização política dos anos 1960 que lutava pelos direitos dos afro-americanos.
Colman Domingo relembra suas origens
O ator Colman Domingo, que usou um terno fúcsia e um boné Kangol na gala, homenageou sua família e origens humildes em um discurso comovente, destacando o estilo de três figuras inspiradoras em sua vida: seu pai, seu padrasto e seu irmão.
Ela também mencionou sua mãe e tia, que criavam e desenhavam suas próprias roupas: “Lembro-me delas dizendo: ‘Você sempre pode ter estilo, meu querido. Estilo nunca custa caro demais.'”
Colman Domingo foi um dos co-anfitriões da gala, acompanhado pelo designer Pharrell Williams, pelo piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton, pelo músico A$AP Rocky e pela editora-chefe da Vogue, Anna Wintour.
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Fonte: Fashion Network