Investidores temem que as tarifas deixem os chips semicondutores mais caros, impactando na demanda pelos produtos

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As tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já estão causando impactos importantes em praticamente todos os setores da economia. E não é diferente em relação aos chips semicondutores.
As ações das principais fabricantes dos produtores estão despencando desta a última sexta-feira (4). Além do risco de recessão, os investidores temem que as medidas da Casa Branca possam encarecer os produtos, fundamentais para o avanço da inteligência artificial, por exemplo.
Ações de empresas do setor estão despencando
Após o anúncio das tarifas, as ações da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), maior fabricante global de chips, caíram quase 10%. O mesmo resultado foi registrado pela japonesa Tokyo Electron, também um importante player do setor.
Já os ativos da sul-coreana de chips de memória SK Hynix, uma das fornecedoras da Nvidia, tiveram uma desvalorização de 9,6%. A holandesa ASML Holding e a ASM International tiveram quedas de 4% e a alemã Infineon Technologies caiu quase 6%.

A STMicroelectronics, que fornece produtos para Apple, Samsung Electronics e Tesla, teve desvalorização de mais de 3%. Enquanto isso, nos EUA, as ações da Nvidia caíram 2% no pré-mercado, e as da Intel tiveram prejuízo de 2,6%.
Os investidores acreditam que as tarifas possam levar a preços mais altos para chips, impactando na demanda pelos produtos caso estes maiores custos sejam repassados aos clientes. Em último caso, este cenário poderia representar um baque também para o setor de IA. As informações são do The Wall Street Journal.
Leia mais

Disputa pela hegemonia tecnológica mundial
- Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
- O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
- Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
- Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
- Por fim, a Casa Branca anunciou recentemente novas regras com o objetivo de impedir que Pequim tenha acesso aos produtos por meio de países terceiros.

Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.
Fonte: Olhar Digital