A taxa de fertilidade da Coreia do Sul subiu em 2024 pela primeira vez em nove anos, apoiada por um aumento nos casamentos, segundo dados preliminares divulgados nesta quarta-feira (26) pela Statistics Korea, sinalizando que a crise demográfica do país pode ter mudado de rumo.
Segundo a agência de estatísticas do país, a taxa de fertilidade – o número médio de filhos que uma mulher deve ter ao longo da vida reprodutiva – foi de 0,75 em 2024. No ano anterior, em 2023, a taxa caiu pelo oitavo ano consecutivo, atingindo 0,72 – a mais baixa do mundo –, frente a 1,24 em 2015.
Com isso, desde 2018, a Coreia do Sul é o único país membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com uma taxa abaixo de 1, aumentando as preocupações sobre o impacto econômico do rápido declínio populacional.
O governo sul-coreano implementou diversas medidas para incentivar os jovens a se casarem e terem filhos, depois que o agora destituído presidente Yoon Suk Yeol declarou uma “crise demográfica nacional” e propôs a criação de um novo ministério dedicado ao combate à baixa taxa de fertilidade.
“Houve uma mudança nos valores sociais, com visões mais positivas sobre casamento e filhos”, disse Park Hyun-jung, funcionária da Statistics Korea, durante uma coletiva de imprensa. Ela também citou o aumento no número de pessoas na faixa dos 30 anos e os adiamentos da pandemia como fatores que influenciaram a alta.
“É difícil medir o peso de cada fator no aumento dos nascimentos, mas todos eles se influenciam mutuamente”, acrescentou Park.
Os casamentos, um indicador-chave para os nascimentos no país, dispararam 14,9% em 2024 – o maior salto desde o início da série histórica, em 1970. Em 2023, os casamentos já haviam aumentado pela primeira vez em 11 anos, com um crescimento de 1%, impulsionado pela retomada pós-pandemia.
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Fonte: Valor