O novo executivo-chefe da Telefónica, Marc Murtra, defendeu nesta segunda-feira (3) a consolidação das grandes operadoras de telefonia europeias para criar condições de manter o protagonismo no mercado mundial e competir em pé de igualdade com gigantes de tecnologia americanas e chinesas. As declarações do executivo, que assumiu os cargos de CEO e presidente do conselho de administração do grupo em meados de janeiro, foram dadas na abertura do Mobile World Congress (MWC25), em Barcelona.
Murtra afirmou que, há 25 anos, a indústria europeia de telecomunicações foi a “maior campeã da mudança tecnológica”, liderando em novos padrões de serviços. “Foram nossos dispositivos móveis, a nossa implantação de equipamentos digitais que mudaram de forma brusca e rapidamente nossa maneira de nos comunicarmos”, disse ele, durante o maior evento internacional de tecnologias móveis, realizado entre os dias 3 e 6 de março.
O recado do CEO do grupo espanhol, que controla a operação da Vivo no Brasil, foi dirigido não só às empresas do setor, mas especialmente aos órgãos reguladores europeus que podem barrar eventual interesse de aumentar a concentração no mercado.
“Não somos só nós que teremos de nos adaptar”, destacou. Para ele, se esse movimento não ocorrer, “a posição da Europa no mundo continuará a declinar” no mercado.
Murtra não citou nomes de empresas concorrentes no ramo de tecnologia, seja as grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos, chamadas de “big techs”, ou fornecedores chineses que assumiram protagonismo e continuam em ascensão no comércio de equipamentos de rede móvel da quinta geração (5G). Ele apenas citou que “todas essas empresas estão sediadas nos Estados Unidos e na China”.
“Podemos dizer com segurança que estamos agora em uma nova era na qual as gigantescas empresas de tecnologia estão mais uma vez impulsionando mudanças de forma drástica”, disse Murtra. “Esses gigantes operam como participantes dominantes em mercados quase monopolistas, têm profundo conhecimento e são mais capazes do que eram há 20 anos”, acrescentou.
Mutra assumiu o comando da Telefónica no lugar de Jose Maria Alvarez-Pallete, que era presidente desde 2016.
*O jornalista viajou a convite da Huawei
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Fonte: Valor