Testosterona elevada agrava danos do ataque cardíaco, diz estudo

Pesquisadores descobrem que a testosterona aumenta a inflamação e piora os danos cardíacos, com efeitos mais intensos em homens

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Imagem: Ahmet Misirligul/Shutterstock

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Um estudo realizado pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, demonstrou que a testosterona agrava os danos causados por um ataque cardíaco, intensificando a inflamação ao aumentar a liberação de glóbulos brancos pela medula óssea. A pesquisa foi publicada na revista Nature Communications.

A inflamação desempenha um papel crucial nos danos ao músculo cardíaco após um ataque, e os pesquisadores descobriram que, em modelos animais, o número de neutrófilos — um tipo de glóbulo branco — nos primeiros dias após o ataque cardíaco era significativamente maior nos machos do que nas fêmeas.

A testosterona, presente em níveis muito mais elevados nos homens, acelera a liberação desses neutrófilos, agravando a resposta inflamatória e, consequentemente, os danos ao coração.

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Testosterona é mais elevada em homens, que podem sofrer os efeitos mais sérios – Imagem: luchschenF/Shutterstock

Mais descobertas do estudo

  • O estudo também analisou dados de um ensaio clínico envolvendo o medicamento anti-inflamatório tocilizumabe, administrado a pacientes logo após um ataque cardíaco.
  • A análise revelou que o tratamento com tocilizumabe reduziu de forma eficaz os níveis de neutrófilos e diminuiu os danos cardíacos, mas com um efeito muito mais pronunciado em homens do que em mulheres.
  • Esses resultados sugerem que a testosterona exerce um impacto significativo na resposta inflamatória, afetando de maneira diferente os sexos e contribuindo para o maior grau de lesão cardíaca observada em homens.

Os pesquisadores destacaram a importância de considerar as diferenças de sexo tanto nas pesquisas científicas quanto na prática médica. Ignorar essas diferenças pode resultar em tratamentos menos eficazes, especialmente para as mulheres, que frequentemente são sub-representadas nos estudos clínicos.

O estudo reforça a necessidade de personalizar os tratamentos cardíacos com base no sexo, a fim de melhorar os resultados para todos os pacientes.

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Pesquisa pode abrir caminho para tratamentos mais eficazes considerando o sexo do paciente – Imagem: Theerani lerdsri/Shutterstock


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo

Redator(a)

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.


Fonte: Olhar Digital

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