“Tudo é ‘fidcável’ atualmente”, diz gestor da Solis | Finanças

Delano Macêdo, sócio e diretor responsável pela área de crédito da Solis Investimentos, especialista em fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), afirmou nesta quarta-feira, em evento do BTG Pactual em São Paulo, que, com a evolução regulatória e o maior apetite dos investidores e tomadores, aumentou muito a diversidade de créditos que vêm sendo usados no segmento. Segundo ele, há desde financiamento de painéis solares e crédito consignado até recebíveis de direitos sobre execuções de música em plataformas de streaming. “Tudo é ‘fidcável’ atualmente”, disse ele. “Nos últimos 12 meses, todo mundo passou a entender os FIDCs, tanto investidores quanto tomadores de crédito.”

De acordo com Macêdo, a pulverização permitiu que o segmento passasse pela pandemia sem maiores problemas para os donos de cotas sênior e mezzanino, que são as menos arriscadas — em caso de inadimplência, a cobertura é feita pelas cotas subordinadas, que, nesse período, afirma ele, não chegaram a perder dinheiro, somente tiveram redução de rendimentos em meses pontuais. “É preciso profundidade no monitoramento para decidir a hora de sair.”

O sócio da Solis destacou que as normas vêm evoluindo e trazendo segurança para o investidor. Ele citou estudo feito pela gestora que mostra que, desde 2001, quando as normas iniciais permitiram que os primeiros fundos fossem criados, somente 0,5% do patrimônio nas séries sênior e mezzanino entrou em default. Macêdo ponderou que, diante do cenário macroeconômico desafiador, sobretudo o aperto monetário, “2025 requer atenção”. “Riscos podem surgir, mas as estruturas têm capacidade de mitigá-los. É preciso seleção e monitoramento.”

Macêdo disse que o crescimento dos FIDCs casa com a agenda do Banco Central de desconcentração bancária. Ele comentou que, no Brasil, 76% do crédito está com os bancos e somente 24% com o mercado de capitais, enquanto na maioria dos países desenvolvidos a proporção é inversa. “Temos um longo caminho pela frente”, avaliou.

Já Ricardo Espíndola, gestor de crédito privado da Porto Asset, afirmou no mesmo painel que o ano terá um “cenário mais de emoção”, porque muitas empresas estão alavancadas e vão ter mais dificuldade para atravessar o momento de juros altos. Por isso, destacou, é preciso ter diligência na escolha dos papéis em carteira. Espíndola citou ainda que o investidor amadureceu e atualmente já aceita fundos com prazos maiores para aumentar os ganhos.

Macêdo, da Solis: aumentou a diversidade de créditos utilizados em FIDCs — Foto: Divulgação
Macêdo, da Solis: aumentou a diversidade de créditos utilizados em FIDCs — Foto: Divulgação

Fonte: Valor

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