Vai pintar a casa? Evite os erros mais comuns! » STEAL THE LOOK

Na hora de reformar ou decorar um ambiente, pintar a casa — mesmo que seja apenas uma parede — pode parecer simples. Mas quem já entrou em uma loja de tintas sabe que essa tarefa envolve mais escolhas do que parece. Perguntas como: qual acabamento escolher? Acrílica ou PVA? E o que aplicar no teto ou sobre o azulejo antigo?

Segundo o arquiteto Paulo Tripoloni, à frente do Atelier Paulo Tripoloni, o mercado de tintas evoluiu bastante e hoje oferece soluções muito específicas para cada tipo de superfície. Portanto, a escolha da tinta ideal não pode ser subestimada. “A tinta certa faz toda a diferença no acabamento final. Ela pode transformar um ambiente comum em algo sofisticado e durável, além de ser um recurso prático para destacar volumes, corrigir imperfeições ou até criar efeitos sensoriais”, afirma. Por isso, o arquiteto explica passo a passo como comprar a tinta ideal.

Sala de estar iluminada com sofá cinza, almofadas coloridas e plantas decorativas. Ambiente ideal para pintar a casa.

Foto: A escolha da tinta deve considerar tanto a estética, como a cor e o estilo do local, quanto o tipo mais adequado à superfície | Projeto Atelier Paulo Tripoloni (Reprodução/Divulgação)

antes de tudo: entenda o tipo de superfície

Antes mesmo de pensar na cor ou no acabamento da tinta, é fundamental analisar o tipo de superfície que será pintada. Isso porque cada material como alvenaria, madeira, metal, cerâmica ou gesso exige um tipo específico de tinta e preparo, o que impacta diretamente no desempenho da pintura. Aplicar um produto inadequado pode resultar em descascamentos, manchas, bolhas e até comprometer a integridade da base.

“É preciso conhecer a extensão que será pintada, por exemplo, se a parede possui um reboco novo, ela deve secar completamente por no mínimo 28 dias. Já paredes antigas precisam passar por uma inspeção detalhada onde as rachaduras devem ser reparadas, mofo eliminado e bolhas ou descascamentos precisam ser raspados”, diz Paulo Tripoloni.

Em superfícies irregulares, o uso de massa corrida em áreas internas ou massa acrílica para áreas externas ajuda a corrigir defeitos e garantir um acabamento mais liso.

Quarto infantil com girafa medidora na parede, aviões e brinquedos decorando.

Foto: O arquiteto enfatiza que comprar qualquer tinta pode resultar em desperdício de material, maiores gastos e retrabalho | Projeto Atelier Paulo Tripoloni (Reprodução/Divulgação)

O tipo de tinta também vai variar de acordo com a necessidade estética e funcional do projeto. Enquanto o acabamento fosco ajuda a disfarçar imperfeições, os brilhosos destacam os detalhes da superfície. Além disso, há superfícies que exigem a aplicação de seladores ou fundos preparadores antes da pintura, para garantir maior aderência da tinta e uniformidade no resultado final.

para cada caso, uma tinta

De modo geral, a escolha deve começar pela função da tinta e não apenas pela cor. “Não há uma regra fechada, mas o ideal é sempre considerar a finalidade do ambiente e depois buscar uma tinta de qualidade que ofereça o efeito desejado”, explica o arquiteto.

Quarto moderno com paredes cinza, possível inspiração para pintar a casa, cama cinza e decoração elegante.

Foto: Tintas ecológicas estão ganhando espaço, com fórmulas à base d’água e baixo índice de compostos voláteis, são menos agressivas à saúde e ao meio ambiente, ideais para quem busca sustentabilidade | Projeto Atelier Paulo Tripoloni (Reprodução/Divulgação)

Ambientes internos secos, como salas, livings e quartos, geralmente aceitam bem tintas látex PVA, que são econômicas, fáceis de aplicar e oferecem boa cobertura. Já áreas sujeitas à umidade ou necessidade de limpeza frequente, como cozinhas, banheiros, lavanderias e até quartos infantis, pedem tintas acrílicas laváveis, com acabamento fosco, acetinado ou semibrilho, que suportam o contato com pano úmido e produtos de limpeza leves.

Jardim com plantas exóticas e porta marrom. Caixa decorativa ao centro. Ambiente calmo e bem iluminado.

Foto: A escolha das cores também deve considerar a iluminação do espaço, tanto natural quanto artificial. Os tons claros ampliam e iluminam, mas podem parecer frios se não houver luz suficiente. Os tons escuros podem ‘fechar’ o ambiente com facilidade (Reprodução/Divulgação)

Para áreas externas, o profissional destaca que a escolha deve levar em conta a exposição ao sol, chuva, variações térmicas e poluição. Nesses casos, são mais indicadas a tinta acrílica de alta performance ou a tinta elastomérica, pois possuem resistência às intempéries e flexibilidade para acompanhar as dilatações da parede. Em regiões de maresia, é preciso buscar opções com maior proteção contra salinidade. No mercado, ainda há outras tintas especiais que ampliam as possibilidades estéticas e funcionais, como:

· Esmalte sintético: Apropriado para madeira, ferro e metais em geral. Oferece acabamento brilhante ou acetinado, com alta resistência e fácil limpeza.
· Stain ou verniz: Indicado para madeiras expostas ao tempo ou em ambientes internos. Realça os veios naturais da madeira e protege contra umidade e raios UV.
· Tinta magnética, de lousa ou antirruído: A magnética permite fixar imãs, a de lousa transforma paredes em quadro-negro, e a antirruído contribui com o isolamento acústico.
· Tinta para piso: Desenvolvida para pisos cimentícios, garagens, quadras e áreas com tráfego. É resistente à abrasão, fácil de aplicar e possui acabamento antiderrapante.

“Essas tintas especiais têm uma função técnica no projeto. Um deck exposto ao tempo, por exemplo, precisa de stain para garantir durabilidade sem criar uma película que descasque. Já móveis no interior podem receber verniz fosco, o que valoriza a textura da madeira e confere um ar mais sofisticado”, acrescenta Paulo.

Berço de madeira com roupa de cama laranja e estampa de animais. Mapa-múndi decorativo na parede azul.

Foto: Ambientes com pouca ventilação exigem atenção redobrada na hora de pintar, pois a falta de circulação de ar pode atrasar a secagem e acentuar o cheiro forte da tinta (Reprodução/Divulgação)

erros comuns na hora de pintar a casa e como evitá-los

Dentre os erros mais comuns, está ignorar a etapa de preparação da parede. “Muitos acham que basta comprar a tinta e pintar, mas a preparação da área é essencial para uma boa execução e um bom resultado final”, diz Paulo. Outro erro frequente é a diluição incorreta do produto ou a aplicação em demãos muito espessas, o que compromete a secagem e favorece o surgimento de rugas ou marcas de rolo.

“Esses problemas podem ser evitados, pois a diluição correta do produto vem acompanhada das especificações do fabricante na embalagem e deve ser seguida com precisão para garantir a qualidade”, ressalta.

Erro para processar imagem - reportar falha ao administrador

Foto: Se for pintar uma parede externa, o profissional recomenda consultar a meteorologia com antecedência para evitar manchas de chuva causadas por pingos que caem sobre as paredes recém-pintadas | Projeto Atelier Paulo Tripoloni (Reprodução/Divulgação)

O clima também influencia no resultado, pois em dias muito frios, a tinta demora mais para secar, e em dias excessivamente quentes, pode secar rápido demais, antes de aderir corretamente à superfície. Por isso, o ideal é trabalhar em condições amenas, evitando os horários mais extremos. Além disso, o uso de ferramentas inadequadas pode afetar o acabamento.

“Querer economizar nas ferramentas atrapalha todo o processo de pintura. Rolo de baixa qualidade, pincel com cerdas irregulares ou bandejas improvisadas podem deixar marcas indesejadas. O recomendado é usar um rolo de lã alta para superfícies rugosas e outro de lã baixa para garantir um acabamento mais uniforme em paredes lisas”, diferencia o profissional.

Outro ponto prejudicial numa pintura é não respeitar o intervalo recomendado entre uma demão e outra. A ansiedade para ver o resultado final muitas vezes leva à aplicação da próxima camada antes da secagem completa da anterior, o que pode resultar no descolamento total da tinta, além de comprometer a estética.

Para o arquiteto Paulo Tripoloni, o segredo está na combinação entre planejamento e informação. “Pintar parece simples, mas envolve técnica. Saber qual tinta usar, como preparar cada superfície e respeitar o processo é o que transforma um ambiente, garantindo qualidade e durabilidade”, finaliza.

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Fonte: Steal the Look

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