O deputado federal Zeca Dirceu (PT), filho do ex-ministro petista José Dirceu, vai disputar as eleições pela presidência do partido no Paraná, marcada para o dia 6 de julho. As inscrições para o pleito estão abertas até o final de março e o parlamentar deve concorrer contra o atual presidente estadual da sigla, o deputado estadual Arilson Chiorato (PT), aliado da presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann.
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No ano passado, Zeca Dirceu se desentendeu com a direção do PT no Paraná ao defender uma candidatura própria à prefeitura de Curitiba. Ele colocou o nome à disposição para concorrer ao cargo, assim como a deputada federal Carol Dartora (PT). No entanto, o comando estadual defendeu uma frente ampla de esquerda ao lado de PSB e PDT na chapa encabeçada pelo ex-prefeito Luciano Ducci (PSB).
Com histórico de posicionamento contrários ao PT e sem empolgação do presidente Lula – que não marcou presença em Curitiba durante a campanha – a candidatura de Ducci não chegou ao segundo turno municipal de 2024, disputado entre Cristina Graeml (então no PMB, hoje no Podemos) e Eduardo Pimentel (PSD). Este último acabou sendo efeito e Ducci terminou o pleito como terceiro colocado, tendo obtido 181.770 – 19,44% dos votos válidos.
Zeca Dirceu sonha com cadeira no Senado
Zeca Dirceu também já demonstrou ter planos para disputar uma cadeira ao Senado pelo Paraná. Durante o processo de julgamento por suspeita de abuso eleitoral enfrentado pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR), o deputado federal chegou a ser cotado para uma eleição suplementar no estado. No entanto, Moro foi absolvido pela Justiça Eleitoral no ano passado e manteve o mandato.
Nos bastidores do PT, conforme a apuração da reportagem da Gazeta do Povo, a candidatura interna do filho de José Dirceu é vista como oposição à atual gestão do PT paranaense. A tese foi negada pelo deputado federal.
“Não tem nada de oposição à Gleisi ou ao grupo político, somos da mesma tendência do CNB [Construindo um Novo Brasil] e não haverá divisão alguma. Minha linha é ser presidente sim, vou unir todo o partido, não só nossa corrente interna, mas também as demais correntes”, respondeu à Gazeta do Povo. A CNB é a corrente majoritária dentro do PT.
Após as eleições internas do partido, Zeca Dirceu deve definir os rumos políticos para 2026. O parlamentar tem o caminho de disputar a reeleição a deputado federal ou colocar o nome como pré-candidato ao Senado pelo Paraná. Internamente, ele pode ter Gleisi Hoffmann e o atual presidente brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri (PT), como concorrentes no apoio da sigla para o lançamento do nome petista a senador paranaense no pleito majoritário do próximo ano.
O PT procura demonstrar que não existe “racha” na disputa pelo comando do Paraná. Questionado sobre a oposição de Zeca Dirceu, o deputado estadual Chiorato respondeu que a candidatura é legítima e faz parte da escolha democrática das lideranças do partido desde os diretórios municipais até a executiva nacional.
Há duas semanas, Zeca Dirceu fez uma publicação em rede social sobre uma reunião com o Chiorato, em Curitiba, para discutir os planos do PT no Paraná. “Um partido forte é um partido unido! Em 2022, fizemos muitas dobradas, atuamos nas mesmas frentes de luta e seguimos com o compromisso de eleger @lulaoficial em 2026 para mais um mandato”, postou.
Fonte: Gazeta do Povo
